terça-feira, março 16, 2010

Na terceira pessoa

Uma das melhores coisas de se ter um blog é a possibilidade de falar consigo mesma, dialogando com eu's em diversas épocas e momentos. Vez em quando venho aqui, leio-me, reflito-me, critico-me, compreendo-me, conheço-me, reescrevo-me.
Rubem Alves diz que a verdade mora no silêncio que existe em volta das palavras, e para termos cuidado com o engano do óbvio. Creio que o que mais gosto nas palavras é mesmo o fato delas não serem palpáveis, materiais, estáticas. Dialogar é um desafio corporal. A forma como a idéia afeta a matéria abala até os mais materialistas. Conexões sinápticas, reações orgânicas, não definem o pensamento. Sir William Crookes, renomado químico e físico inglês do século 18, que também dedicou-se à pesquisa das forças conectadas ao organismo humano, que o diga.
Até que ponto nossos olhos enxergam as verdades interiores, a essência, o princípio, se mal vemos o que está ao nosso redor por descartarmos mentalmente tudo aquilo que foge ao nosso cotidiano racional? O essencial continua invisível aos olhos...



"O olho é a luz do corpo. Quando teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz." (Mat 6,22)

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