sábado, junho 16, 2007

Libertas quæ sera tamen

Não sabia bem o que queria. Mas sabia que queria querer, e ser, e ter, e poder. Queria poder querer tudo, e tudo queria sem saber.
Gritava, brigava, exigia li-ber-da-de. Desejava-a mais que tudo, como o troféu mais valioso que se poderia conquistar com a tal maioridade. Infringir o quadradismo das regras, quebrar tabus enferrujados, ser 'diferente' do pré-fabricado, ser. Todo embate lhe parecia o caminho mais certo para aquela conquista. Fazer o que quisesse lhe conferiria a tal sensação desejada. Libertava seus sentidos do querer urgente.
Mas não entendia. Não se entendia e daí não entendia nada.
Corria atrás de algo que sempre esteve nas costas de cada um, aquele peso e sustento, e correr adiante desta verdade é não sair do lugar.
Ela não compreendia que o que buscava extrair dos outros estava dentro de si.
Ainda não sabia que liberdade acontece... Vem quando nos tornamos responsáveis por nós mesmos. O peso é a leveza da responsabilidade.