Naufrágio
Quero um poema úmido. Uma mensagem náufraga. Algum frescor interno de terra distante.
Na claridade da dúvida sentir a alma transpirar a sede de entrega. Despedir-se lentamente e, com cega convicção, caminhar em águas profundas.
Mergulhar sem medo, sem propósito, sem limites, sem destino. Sem fim.
Ver a vida inundar, envolver as secas partes, ter nas mãos o ar do último suspiro. E neste desespero encontrar o mergulho refrescante em mim.